Do DF até o Espírito Santo pelos trilhos
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Brasília deverá ter em breve uma ligação ferroviária até o Espírito Santo. E, além do transporte de cargas, não se descarta o retorno do charme dos trens de passageiros.
O trâmite para a construção da Estrada de Ferro Juscelino Kubtschek está em ritmo acelerado, segundo o diretor da PetroCity Ferrovias, José Roberto Barbosa, empresa responsável pela implementação do projeto.
O empreendimento, que conectará a capital federal ao porto de São Mateus, no litoral do Espírito Santo, passando pela cidade de Barra de São Francisco, encontra-se em fase de licenciamento ambiental junto ao Ibama e já foi aceito pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), em 2024, quando o órgão reconheceu a estrada de ferro como de utilidade pública. A previsão é que as obras comecem em 2027 e sejam concluídas em 2031.
Segundo dados da empresa, o transporte ferroviário brasileiro sofreu impressionante encolhimento. Passou de cerca de 30 mil quilômetros de trilhos ativos nos anos 1920 para pouco mais de 12 mil quilômetros em operação nos anos 2020. É pela potencialidade das ferrovias, destaca o diretor, que se torna essencial retomar a expansão dos trilhos brasileiros como um marco ferroviário voltado à interiorização da economia.
“Não existe país grande sem uma infraestrutura de transporte efetivamente equilibrada. Isso é o futuro”, avalia.
O especialista explica ao Correio da Manhã que, em paralelo à Ferrovia JK, também corre o processo do complexo ferroviário Corredor Centro-Leste.
“A Ferrovia JK são trilhos que percorrem 1.360 quilômetros. O percurso também faz parte do Corredor Centro-Leste, que se encontra na mesma fase preliminar. Esse é um complexo maior e conecta Minas Gerais, Goiás, Brasília e Espírito Santo, com mais de dois mil quilômetros passando por 68 cidades. Então, nós teremos portos secos que vão, na realidade, ajudar a dinamizar essa movimentação de cargas, não só nos municípios detentores, mas em toda a vizinhança”, afirma.
Sustentabilidade
Além do fortalecimento do setor comercial, José Roberto declara que o projeto também prevê o avanço da descarbonização no Brasil, uma vez que, segundo ele, os trens podem diminuir o fluxo de caminhões nas rodovias do país.
“Isso vai reduzir o custo final da mercadoria, a emissão de CO?, além de proporcionar geração de emprego, crescimento econômico e social. Segundo nossos estudos, 100 vagões podem substituir 300 carretas”, declara.
Ele relata que, com o projeto já aprovado pela ANTT, o processo de desapropriação para a construção foi iniciado, mas destaca que o traçado não atinge áreas de preservação ambiental e comunidades tradicionais.
O diretor revela que, inicialmente, o projeto é voltado ao transporte de cargas, mas há estudos que demonstram a viabilidade de trens de passageiros, o que pode contribuir para o turismo brasileiro. Ele ressalta que, nesta fase inicial, o transporte de passageiros ainda é inviável economicamente, mas a empresa pretende avançar na transformação.




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